Tuesday, May 12, 2009

MOSTRA DE CINEMA JAPONÊS EM PRESIDENTE PRUDENTE

PROGRAMAÇÃO CINEMA MATARAZZO
MOSTRA DE CINEMA JAPONÊS
DE 11 A 17 DE MAIO NO CENTRO CULTURAL MATARAZZO

Segunda Feira
11/05/2009
- Filme Adulto - Censura 18 amos
19h30
Cega Obsessão (Môju), 1969,
Masamura.
Um escultor cego obcecado por uma modelo, a aprisiona em seu ateliê. Acreditando ter criado uma nova forma de arte tátil, ele e a modelo se envolvem numa alucinada e sadomasoquista relação, entre o erotismo, arte e a morte. Clássico sem precedentes da nouvelle vague japonesa, do gênero eroductions (filmes eróticos) de atmosfera de horror psicológico. Belo e angustiante, Cega Obsessão foi baseado num conto de Edogawa Rampo, pai dos romances policiais nipônicos dos anos de 1920 a 1960. Suas histórias eram recheadas de compulsão obsessiva, desfiguramento e loucura, ficando proibidas de circular no Japão durante a Segunda Guerra.
O diretor Yasuko Masumura, que já tinha sido assistente dos mestres Kenji Mizoguchi e Kon Ichikawa, é o autor dos filmes mais vigorosos do cinema japonês de todos os tempos. Agora pela primeira vez no Brasil em versão original sem cortes e totalmente restaurada.


Terça Feira
12/05/2009
- Filme: Adulto – Censura 18 anos
19h30
Duplo suicídio em Amijima (Shinji Tem No Amijima), 1969, Y. Shinoda.
Adaptado numa peça popular do teatro de bonecos "bunraku" do século XVIII chamada "Shinju Tem no Amijima" (Duplo Suicídio em Amijima) de Chikamatsu, onde um comerciante de papel sacrificou a família, destino, e principalmente sua vida por uma obsessão erótica com uma prostituta. O cineasta Masahiro Shinoda foi um expoente da nouvelle vague nipônica dos anos 60 ao lado de Nagisa Oshima. Explorou as tendências masoquistas e suicidas do japonês, particularmente no contexto do amor erótico. Por ser um historiador de artes dramáticas e pertencer a uma família tradicionalmente ligada as artes, ele fez deste estranho e belíssimo filme um dos mais fascinantes da história do cinema japonês.



Quarta Feira
13/05/2009
- Filme - Livre
19h30
Contos de Tóquio (Tokyo Monogatari), 1953, Ozu
.
Um casal de idosos vai a Tóquio visitar seus filhos. Eles percebem então que a relação entre eles mudou. A vida os tornou mestres de suas próprias existências, com seus acertos e erros. Eles, apesar de até quererem, não possuem mais tempo para os pais. Eles encontram, no entanto, a compreensão na viúva de um dos filhos. Existe ali a ternura oriunda de buscarem cada um no outro, traços daquele que já partiu dessa vida. Eles também encurtam a estadia em Tóquio. Ao retornarem para seu lar a mãe tomba esgotada. Desconfia-se que foi devido a tristeza que ela imagina ter causado a seus filhos. A doença faz com que os filhos façam a viagem inversa, mas é tarde. Muitos consideram a obra de Ozu conformista demais. É ledo engano, Ozu talvez seja um conformado. É preciso aceitar aquilo que não pode ser mudado: a velhice, a morte, as doenças. Em suma é a ordem natural das coisas. Em Ozu, a câmera parece estar num canto, tamanha a captação do cotidiano que surge naturalmente diante de nossos olhos. É sabido que Ozu a mantém na altura do olhar de uma pessoa sentada no tatame. Este filme faz parte das obras que elevaram o cinema ao posto de arte. Considerado a obra-prima máxima do diretor.



Quinta Feira
14/05/2009
- Filme - Livre
19h30
Ralé (Donzoko), 1957, Kurosawa.
O diretor Akira Kurosawa (1910-98) enxergava como comédia a famosa peça de Gorki que adaptou (com extrema fidelidade ao texto, apenas mudando a ação da Rússia para o Japão do período Edo) neste filme realizado entre duas de suas obras-primas, "Trono Manchado de Sangue" e "A Fortaleza Escondida".
E realmente, apesar da temática escabrosa e dos personagens sórdidos, sua abordagem humanística e otimista torna irônico e leve o que outros diretores transformariam em um pesado drama. Muito teatral, com quase toda a ação se passando em um único cenário, é um tour de force dos atores, quase todos habituais colaboradores de Kurosawa (liderados pelo astro predileto dele, Toshiro Mifune), que dão vida ao patético grupo de fracassados que tenta sobreviver, com alguma dignidade e um resto de auto-estima.
Mesmo que, para se manter à tona, tenham que abrir mão do respeito, da solidariedade e da compaixão. Mas Kurosawa não moraliza sobre seus personagens, com a constante preocupação de distanciar o espectador e narrar tudo de forma estilizada e ridícula, procurando o humor oculto nas mazelas deles.
De forma menos brilhante que o habitual do diretor, mas ainda assim com excelentes resultados, em especial graças ao habilidoso elenco. Edição traz cópia apenas razoável, com legendas em português péssimas, repletas de erros e que ainda desaparecem por completo em uma das seqüências mais importantes.
No final de cada filme acontecerá uma rodada de debate sobre o filme apresentado.


Mediador do debate: Walner Silvestre

Secretaria Municipal de Cultura
Centro Cultural Matarazzo

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