FUNERAL PARADE OF ROSES
Toshio Matsumoto é - com Susumu Hani e Hiroshi Teshigahara - um dos três realizadores que no princípio dos anos 60 (finais de 1950) instituiram (antes da liberdade 0da Nouvelle Vague Shochiku: Oshima, Yoshida e Shinoda) o termo independente ao cinema japonês, este último na altura completamente governado pela política de estúdios. Começando com documentários influênciados por uma espécie de moda neo-realista ou cinema-verité, as primeiras quatro obras de Matsumoto (o recém-encontrado "Bycicle in a dream", "The Weavers of Nishijin", "The Song of Stone" e "Mothers") são pequenos exercícios documentais, tentando tirar ao real alguma da sua vitalidade e vibração, mas sempre obdecendo aos cânones de apresentação filmada com intuitos de espectador. Depois disso, já nos finais dos anos 60, Matsumoto afirma-se como um vanguardista. Se na altura disse que Yoshida a partir do seu Eros plus Massacre (1969) era formalmente o mais apurado de toda a Nouvelle Vague Japonesa, então Toshio Matsumoto é o seu verdadeiro ex-aequo: a começar com o grandioso "Funeral Parade of Roses" (1969) que já estava prefigurado na sua curta do mesmo ano, "For the Right Damaged Eye". Matsumoto aqui junta-se às considerações dos seus contemporâneos (nomeadamente Oshima com o seu "Diary of a Shinjuku Thief" (1968) sobre a veracidade da coisa filmada, e relega o discurso fílmico para a falsidade do processo, ecoando uma tragédia clássica edipiana com um travesti e seu pai, sem embargo da influência homoerótica de Jean Genet. Eis que a pós-modernidade destrói a obra, e Funeral Parade of Roses torna-se no anti-filme do movimento por excelência. Depois, "Shura" ou Demons (1971) ou como aterrorizar a plateia. Matsumoto continuando a sua descontrução cinemática, disseca o gênero chambara (ou filmes de sabre), tornando-o numa verdadeira ode à carnificina, tragédia fechando-se nela mesma, espectáculo bizarro de vingança. "Shura" é outro das preciosidades da Nouvelle Vague e continua como sendo um dos seus pesadelos mais eficazes. Porém após "Shura", Matsumoto vira-se quase exclusivamente para o registo da curta-metragem, com o qual se tinha iniciado. Embora tenha feito alguns prodígios nesse registo ao longo dos anos 1970 e 80 (deixando-nos uma obra em video invejável), há um sentimento de rígida incompletitude que prevalece.
2 Comments:
First you look so strong,
Then you fade away.
The sun will blind my eyes,
I love you anyway.
First you form a smile,
I watch you for a while.
You are a vapour trail,
In a deep blue sky.
Tremble with a sigh,
Glitter in your eye.
You seem to come and go,
I never seem to know.
And all my time,
is yours as much as mine.
We never have enough,
Time to show our love.
uau, vc também voltou! está tudo muito chic, os posts estão deliciosos!
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