DEVIL GIRL FROM MARS
Sendo um dos filmes britânicos sci-fi dos anos 1950 com mais hype, Devil Girl from Mars (1954) é também um dos mais singulares B Movies da Guerra Fria. Inserindo-se na 'resposta' aos numerosos produtos B americanos da época, o filme de David MacDonald parece 'correr' exatamente na direção oposta, não induzindo o medo do 'outro' através de uma ameaça bélica, onde podemos rever o mal que aparentemente estaria do outro lado da 'cortina', mas parece mais preocupado no fato de que os costumes tradicionais do pós-guerra estariam avançando para uma forma mais liberal de sociedade. Aqui a figura demonizada não é qualquer monstro verde de Marte, mas uma bela e enigmática marciana com tendências de dominação e S&M, vestida com um capote de vinil preto, e com uma generosamente pequena mini-saia, que fez a viagem ao planeta Terra para capturar espécimes masculinos em falta num planeta onde as mulheres ganharam a guerra dos sexos. E é esse o termo ('Guerra dos Sexos') usado pela 'frígida' Nyah (a marciana, interpretada por Patricia Laffan) ao explicar as suas razões a um pequeno grupo de clientes de uma modesta parada na landscape deserta da Escócia, enquanto exibe um tosco robô, que parece ser apenas mais um gadget para esconder as intenções conservadoras do filme. Um pecúliar documento sci-fi retrô com contornos morais que o atiram para o mais irresistivel camp, Devil Girl From Mars mostra em todas as suas contradições temáticas e pequenos apontamentos de melodrama (algo desajustado do tema principal), a resistência conservadora a novos valores socias, demonizando-os de uma forma extremamante hilariante (parecendo um filme patrocinado por qualquer seita critã pentecostal), e tornando-os ambiguamente fetichistas e apelativos. Sendo quase o equivalente britânico de Plan 9, nem é preciso dizer que este é um filme para descobrir ou rever.
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