Thursday, August 30, 2007

VOCÊ É PARENTE DELE?


Com honráveis excessões, aliás ( Reichenbach, alguns Sganzerlas, Joaquim Pedro, Sarraceni, a maioria de Gláuber), o cinema brasileiro oscila entre a mediocridade e a falta de idéias, academicismo global da nova produção ou a improvisação tosca, que pega carona na exaltação preguiçosa, típica de nossos trópicos, de que 'a criatividade pode tudo', e a forma, rejeitada. Os mestres inovadores dos anos 196o uniram uma coisa e outra, e mesmo quando brutalmente experimentalistas, tinham, para embasar, uma cultura, uma erudição que a maioria de nossos cineastas globais nunca ousou possuir. Leia-se cultura no sentido nietzcheano: um furacão dinâmico de idéias, sentimentos e impressões que toma a informação ( formação) como um motor propulsor da renovação da vida, e não como mera vitrine de egos.

Tenho cá comigo uma tese: parafraseando o Millor, o cinema é como flor do lodo, quanto menos espaço para a idéia empresarial, quanto menos dinheiro e interesses envolvidos, quanto menos atores globais (principalmente os novos) na jogada, melhor. A dificuldade necessariamente terá de se submeter à criatividade. A história já está escrita: a nossa alegre esquerdinha stalinista, tão arrojada em tempos de pouco liberdade de expressão e pouco dinheiro, hoje, coopta, velozmente, tudo e todos para que o atraso cultural se perpetue. Bat macumba!

M


O cinema reencontra sua vocação documental para melhor subvertê-la. Inquérito de um espaço e de um tempo que, a cada investida de confronto, nos colocam novamente sob o foco da analítica barroca de Lang.

HE´S ALIVE!!!


posso afirmar que tirei "licença sem vencimento". Entre fim de semestre, mudanças, pausa para respirar, novas mudanças, trabalhos, mudanças de endereço, o tempo que sobra é pouco. Garanto, doravante, alguma estabilidade nos próximos tempos. Regresso, pois, com textos de costume.

Wednesday, August 01, 2007

A VIDA IMITA A ARTE E ASSISTIMOS TUDO EM DVD

Quase simultaneamente partem dois grandes cineastas do cinema moderno: Bergman e Antonioni; o primeiro, poeta da existência, dos conflitos humanos e do absurdo da morte. Vivia sozinho, já não mais dirigia e recepcionou seu fim sem alarde, sereno, aos 89 anos. Jamais saberemos a sua opinião sobre a Donzela Negra. Talvez seja interessante rever Sétimo Selo.



O Segundo, rompeu com as facilidades das temáticas sociais para criar um cinema de silêncio, tédio e incomunicabilidade humana. Já não mais falava, já não mais dirigia filmes. O silêncio é a maior homenagem a estes dois grandes avatares do moderno audiovisual.