Saturday, January 27, 2007

EVELYN ANKERS - THE SCREAMIN´CHEESE QUEEN





Heroína gritona de filmes como The Wolf Man (1941; com Lon Chaney Jr.) e outros populares B Movies produzidos pelos Estúdios da Universal, como o 'horror flicks' de The Ghost of Frankenstein (1942; com Lon Chaney Jr. e Bela Lugosi), The Invisible Man's Revenge (1944; com Jon Hall), The Frozen Ghost (1945; com Lon Chaney Jr.) e a infame 'comedy-horror flick' Hold That Ghost com Richard Carlson, Bud Abbott, Joan Davis, e Lou Costello.

THE LAST MAN ON EARTH



LAST MAN ON EARTH

Last Man on Earth (1964), de Ubaldo Ragona, é um dos filmes mais 'curiosos' sobre vampiros (ou mortos-vivos que são vampiros, ou seja lá o que for), e, também, uma daquelas películas que de forma involuntária carrega uma carga profundamente atual, devido à forma algo real como retrata um mundo ameaçado por uma misteriosa epidemia, que tende a dizimar toda a humanidade, e como as populações se relacionam com o 'assunto', criando 'novas sociedades', que em nome da uma certa sobrevivência social, atropelam as garantias indíviduais. O filme revela uma carga pioneira e influente para obras posteriores, que da mesma forma fantasiosa, eivada de elementos mais ou menos 'gratuitos' e gráficos, revelam as mesmas preocupações sociais. Estou falando de Night of the Living Dead em particular, mas estou certo que existem outros filmes (Planet of the Apes), e até obras atuais, como 28 Days Later, que 'reproduzem' algumas das cenas de Last Man on Earth. A história deste filme foi aproveitada de uma adaptação livre que Roger Corman fez em 1960 com Last Woman on Earth, utilizando o mesmo conto sci-fi ('I am a Legend', de Richard Matheson), mais preocupado com o triangulo amoroso causado pelo único par de sobreviventes de um estranho apocalipse, do que afirmar as evidentes considerações sociais do conto para um plano de fundo, cedendo, assim, a um certo exploitation (ou não seria um filme de Corman). Mas é The Last Man on Earth que inaugura uma tendência apocalíptica envolvendo vírus como causadores da destruição da raça humana, quando a 'tendência' cinematografica do cinema-catastrofe ainda era a de descrever ataques de extraterrestes (revelando as preocupações da Guerra Fria e as possíveis consequências de um ataque nuclear). Mas o fato mais relevante deste filme é mesmo a forma realista como é contada uma situação 'possível' da vida quotidiana de alguém que, em razão de não ter sido infectado, é vítima do isolamento e uma posterior perseguição pelas mãos dos homens infectados; ou seja, de outros seres humanos que eliminam algo que já não podem ser, para salvaguardar uma sociedade nascente. Tal como Vincent Price, o único homem não infectado, caça os mortos-vivos durante o sono diurno para salvaguardar os últimos traços da humanidade que representa. O filme revela um cuidado extremo, passando uma visão completa de um (cada vez mais) pessimista, mas possível futuro para a humanidade, onde a epidemia decide quais são as diferenças a serem eliminadas, estejam estas no corpo do 'caçador' ou do 'caçado', isto sem descuidar o lado 'lúdico' que qualquer filme de vampiros (e dos seus caçadores) poderá ter.

Friday, January 26, 2007

OS DEZ MELHORES FILMES DE 'DISCOS VOADORES'




Thursday, January 25, 2007

OS 10 MELHORES FILMES DE 'DISCOS VOADORES'

Seguindo a linha dos blogs de cinema em fazer 'listinhas' de 10 melhores (ou piores, dependendo do ponto de vista), aqui vai meu Top Ten dos dez melhores filmes protagonizados por 'discos voadores'. Não tão comum hoje em dia, eles pululavam pelas telas dos drive-ins nos 50´s e 60´s.
1) "Earth vs. the Flying Saucers" - Fred F. Sears - aliens malvados invadem Washington. Efeitos especiais surpreendentes (até hoje) de Ray Harryhausen.
2) "The Day of Earth Stood Still" - 1951 - Robert Wise - alien bonzinhos invadem Washington. Sci-fi com mensagem pacifista e momento memoráveis.
3) "This Island Earth" - 1955 - Joseph M. Newman - Sci-Fi 'cheese' na qual casal de cientistas engata, a contragosto, projeto para salvação de mundo alienígena. O melhor disco voador que eu já vi.
4) "It Came From Outer Space" - 1953 - Jack Arnold - Alegoria xenofóbica da guerra fria, representando a paranóia e o medo do 'outro'.
5) "The Man from Planet X" - 1951 - Edgar G. Ulmer - Um pequeno clássico do artesão Edgar Ulmer, tão belo quanto melancólico. Novamente o alien como 'estrangeiro' ou 'apátrida'.
6) "Frankenstein meets the Space Monsters - 1965 - Robert Gaffney - Problemas sérios envolvendo um Robô construído pela NASA com fito de afugentar alienígenas interessados em sequestrar mulheres terráqueas e leva-las para Marte. Seria uma fábula feminista?
7) "Devil Girl from Mars" - 1955 - David McDonald - Aqui a história se inverte. Homens são raptados pela alienígena gostosa Nyah (Patrícia Laffan) que com um robô a tira colo encarna o 'mal absoluto' dos B Movies: uma femme fatale do espaço sideral. Só vendo para crer.
8) "Target Earth" - 1954 - Sherman A. Rose - Não dá para acreditar!
9) "Invasion of The Saucer-Men" - 1957 - Little Sci-fi teenagexploitation! Drive in movie classics!
10) "Plan Nine From Outer Space" - 1959 - Ed Wood Jr - Schlock clássico! O último filme de Lugosi na pele (e capa) de uma zumbi revivido por alienígenas. Erros sequenciais, interpretações medíocres, temática absurda, disco voadores feitos de calota de carro(!); enfim, diversão garantida, sem a mínima postura crítica.

Monday, January 22, 2007

ATOMIC BOOKS




Vista obrigatória para quem visitar Baltimore. Tem de tudo: Toys, Freak Movies, livros bacanudos, pornografia, HQs de autor, Adult Comix, magazines de satanismo, Cult cinema e mucho more. Passe um pano no endereço http://www.atomicbooks.com/

Sunday, January 21, 2007

EM TERRA DE CEGO QUEM TEM UM OLHO DE CADA COR É REI









No centenário de nascimento da diva David Bowie faz-se pertinente a seguinte pergunta: quais são os músicos e/ou projetos que gostariam de ter nascido David Bowie?
Acima alguns dos exemplos mais eficazes.

HORRORS OF SPIDER ISLAND - GRANDES MOMENTOS



Se não fossem as aranhas tudo ficaria mais fácil...

HORROR OF SPIDER ISLAND

Um argumento escrito após a conclusão das filmagens, representações incrivelmente ruins, efeitos especiais risíveis, aranhas gigantes de borracha, garotas de biquinis, uma montagem aparentemente feita por alguém com excesso de inaptidão no sangue, trilha sonora saída de uma joint de strip e diálogos hilariantes captados num estúdio de som pouco recomendado até para os padrões de filmes do Ed Wood. Todas estas qualidades juntas fazem de uma obra um 'must' para os colecionadores de cinema 'cult', e Horrors of Spider Island possui estas virtudes na sua potência máxima. Originalmente um filme alemão exploitation, com cenas de nús abundantes, Hot in Paradise foi exportado para os EUA como um 'Adults Only' em 1962 e depois, devido cada vez mais à popularidade do gênero 'Sci-fi' burra nos drive-ins abarrotados de adolescentes, o filme foi cortado, eliminando um pouco do seu conteúdo sexploitation, e reeditado como um Sci-fi 'normal' com o título homônimo. De fato, contar a história de um grupo de 'dançarinas' a caminho de Singapura, que pelo caminho têm a infelicidade de sofrer um desastre de avião no meio do oceano, passar sede e fome num bote de borracha, até 'encontrarem' uma ilha povoada de aranhas gigantes onde podem andar despidas à vontade, exibir ignorância mental ignóbil ou usar trajes sumários no afã de agradar ao único macho presente na ilha (até certo ponto no filme), revela que existem realmente argumentos ainda mais risíveis dos que o otimista Edward Wood Jr. poderia alguma vez ambicionar escrever, já para não falar de um brilhante chauvinismo, revelado aqui de uma forma primordial e irresistivelmente infantil. Mas nem tudo são rosas, e de fato o que aqui menos conta - embora o título revele o contrário -, são as malditas aranhas de plástico, que picam o tal macho único e o transformam numa espécie de spiderman licantropo, pronto a emaranhar em teias aracnídeas as beldades uma a uma. Mesmo assim este é um dos clássicos schlock. Mas, fãs de aranhas de plástico não desanimem: agarrem uma grade de cerveja gelada, façam o download do filme aqui (legalmente, já que tem estatuto de public domain), chamem os amigos e façam uma TV Party hoje à noite. Garanto que a diversão é garantida!

Friday, January 19, 2007

TAMARA DOBSON



Pode ser menos conhecida que Pam "Foxy Brown" Grier para o público em geral, mas Tamara Dobson foi - com Grier - a heroína máxima do Blaxploitation. Com uma curta carreira no Cinema, a modelo/atriz que foi considerada a mais alta leading lady no Cinema pelo The Guinness Book of World Records (1.90 aprox), entra para a história do cinema B como a pujante Cleopatra Jones, que em dois filmes (Cleopatra Jones, 1973 e Cleopatra Jones and the Casino of Gold, 1975) marcou o apogeu de todo um gênero que depressa desapareceria. Muitas vezes imitada e parodiada (Os fãs de Austin Powers por certo se lembram da Foxxy Cleopatra), Dobson desapareceu em 2 de Outubro de 2006, depois de uma luta constante nos últimos dois anos com a esclerose múltipla, mas ficará para sempre como um icone pop, na imagem da poderosa king-fu fighting agente anti narcoticos Cleopatra Jones, kinking badass!

PREHISTORIC WOMEN


Uma das 'subdivisões' mais exóticas e engraçadas do exploitation e dos B Movies sempre foi o de retratar humanos pré-históricos, sobretudo mulheres, usando curtas vestes de polyester com fito de imitar peles de animais selvagens. Um dos mais singulares filmes deste 'sub-gênero' é Prehistoric Women (não confundir com o homônimo e famoso filme de 1968, com a magnífica Martine Beswick), de Gregg C. Tallas, um grego especialista no riscado. Uma das singularidades deste filme é a de retratar, em 1967, as 'vivências possíveis' dos pré-históricos em formato de documentário. Prehistoric Women tem tanto de exploitation como de um pretensiso e 'educativo' documentário, tentando retratar os temas clássicos de 'posse' e 'relações sociais', sempre presentes neste tipo de cinema de uma forma tola e sexista. Uma das presenças notáveis no filmeco é a da atriz Laurette Luez , que passa o filme batendo - literalmente - em seu escravo predileto de uma forma algo agressiva e sexual, para preservar o seu status dominante na relação da tribo. O filme ganha ainda mais com a narração 'national geografic' e os magníficos diálogos em grunhidos. Uma das obras atemporais do 'camp' cinematográfico dos 50´s/60´s a ser (re)descoberta, agora que passou ao 'public domain'.

Wednesday, January 17, 2007

TRASH: THE GRAPHIC GENIUS OF XPLOITATION MOVIE POSTERS



Cartaz da produtora American Internation Pictures (Samuel Arkoff), Hell's Belles (1969), é uma das várias obras gráficas bacanudas do universo exploitation reunidas por Jacques Boyreau em seu livro Trash: The Graphic Genius of Xploitation Movie Posters. Miríades de outros posteres faz desta obra o meu mais novo objeto do desejo pop.

DORIS WISHMAN - NUDIE CUTIE




Incrível que diante do aquecimento do mercado de DVDs no Brasil, a miopia tupinambá de alguns distribuidores não permita o lançamento de sequer um filme de Doris Wishman, realizadora pioneira de absurdos cinemáticos do porte The Amazing Transplant (1970), The Sex Perils of Paulette (1965), mas também clássicos do sexploitation, como Bad Girls Go to Hell (1965) e o fantástico Another Day, Another Man (1966), uma ode hedonista à marginália beat novoiorquina. Essencial para a compreensão do nascimento do cinema independente americano.

THE TRIP


Sem embargo da importância do filme de Richard Rush, PSYCH OUT (idem, 1968), no qual, dentre muitas pirações, há a apresentação da psychedelic garage THE SEEDS e os não tão legais STRAWBERRY ALARM CLOCK, mas também os personagens deadheads e boêmios do Haight-Ashbury, o meu freak-acid-movie preferido é THE TRIP (idem, 1967), do B Auteur, Mr. Roger Corman que, além de descrever em imagens uma assustadora e crível viagem de ácido, desfila uma história bem construída e costurada com cores belíssimas. Em matéria de drug movies, THE TRIP beira o experimentalismo formal de Antonioni (Zabriskie Point, 1970) e Conrad Rooks (Chappaqua, 1966), sem ter envelhecido precocemente. Ainda continua sendo uma diversão para toda a família.

MICRAGIRLS


If you don't already have a record by Micragirls in your colletion, then you don't like garage music. Here is their new album, that's released as 10" and 2CD (songs from 10" + bonus CD with 45s). As I already reviewed 2 of their 45s, I will concentrate on the album - small wild and primitive garage punk masterpiece. Micragirls were great on 45s, but this album sounds maybe even better and it's definitely one of the best things I've heard lately. Girls play so well, songs are so great, sound is brilliant, fuzz guitar tears your speakers while rude and primitive keyboard sound brings you to 7th dimension. Great, screamy, but raw vocal. Few covers, but most songs are band's originals. Watch out for these 3 cave girls from Finland. When you hear this album, you'll realise that Headcoatees are nothing but a gimmick.

CULT SIRENS: MAMIE VAN DOREN



Com 75 anos (a avaliar por algumas fontes), Joan Lucille Olander é o único vertice vivo do magnífico triangulo das 3Ms, que fizeram enlouquecer muitos homens e redefiniram muitos clichês de beleza feminina que ainda hoje as sociedades ocidentais parecem (por vezes secretamente) admirar. Mas se Marylin e Jayne Mansfield conseguiram notoriedade através da sua carreira cinematográfica (sobretudo a primeira, como sabemos) , Joan Lucille, conhecida como Mamie Van Doren, tornou-se desde cedo a atriz e pin-up que definiu o que hoje em dia é conhecido como celebridade. Um fiasco cinematográfico, Van Doren conseguiu notoriedade e poder visual a partir dos anos 50´s, apenas através da sua aparência física e pelo seu 'life style', uma tendência na indústria do entretenimento que surgirá muito mais tarde (por si só, entenda-se) nos anos 80´s, e consolidada apenas depois no final dos anos 90, com os reality shows que projetaram inúteis e desocupados seres humanos para o absoluto estrelato, sem qualquer motivo válido para tal intento. Mamie Van Doren é de fato a grandma desses seres, mas sendo uma celebridade vintage merece claramente relevo. Numa época em que dezenas de bombshells apareciam tão depressa como desapareciam - muitas com destinos horriveis e trágicos (basta lembrar nomes como o de Barbara Payton) -, Van Doren, um magnifico catálogo de alterações plásticas, consegue ainda hoje manter uma invejável silhueta (75 anos, lembrem-se!). Sendo uma adepta do Macintosh desde os anos 80 (a sua biografia de meados dos 80, foi escrita num dos primeiros modelos de PC que a Apple lançou), costuma, ainda neste momento, editar (pessoalmente segundo consta) o seu site pessoal, onde exibe uma luxuriosa figura, assim como pormenores sórdidos de algumas das estrelas de Hollywood com que foi para a cama. E viva este ícone pop da Hollywood Babylon!

THE HAMMER COLLECTION

Ok, o Natal já passou, mas o consumismo continua. Esta caixa de DVDs recomenda-se igualmente a colecionadores ou fanáticos mas também àqueles que apenas agora tropeçaram no magnífico e luxurioso mundo da Hammer (estas vagas neo-góticas até não são assim tão inúteis); a caixa de 21 DVDs lançada no final do mês passado está já à venda, provocando a cobiça dos incontroláveis portadores do T.O.C. São 21 dos mais significativos títulos da cultuada produtora inglesa, que ainda hoje tem um peso absoluto na cultura pop. Notam-se algumas ausências de peso nesta seleção (como The Horror Of Dracula ou Witchfinder General, dois dos melhores momentos da Hammer); mas aqui o critério de escolha parece ter sido o de editar algumas novidades lançadas pela primeira vez em DVD, algo que é de louvar, com a presença de alguns dos mais expressivos títulos camp e exploitation como The Devil Rides Out, Demons Of The Mind, One Million Years BC (quem não se lembra deste clássico exploitation, eternamente solitário nas meia-noites da vida?), e claro Rasputin The Mad Monk, com a rainha Barbara Shelley. Poderá não ser uma seleção perfeita, até porque muitos dos outros clássicos já foram incluidos em outros box sets, mas este indulgência é altamente recomendada.

ASTRO ZOMBIES - GRANDES MOMENTOS


TED V. MIKELS

uma década em que o cinema de tendências B mudou completamente de Rumo (refiro-me aos anos 1960), The Astro Zombies, uma das obras mais relevantes do 'gênero' (no sentido de imagética que gerou culto) e a masterpiece de Ted V. Mikels, condensou cerca de 40 anos de cliches nos vários gêneros e sub-gêneros englobados no cinema que foi inventado para encher as primeiras partes das sessões duplas em salas de exibições cheias de espectadores escapistas e ansiosos por cheap thrills. Esta influente obra do mau gosto realizada em 1969, é um marco temporal no cinema schlock, entendendo-se facilmente que a digestão de cliches apresentados ao longo do filme, quase que são uma carinhosa forma de homenagear algumas das figuras e situações que são atemporais no cinema, mas que por altura dos 60´s foram completamente revistas por uma geração de novos (e não tão novos) cineastas e produtores. Essa 'nouvelle vague', por um lado foi influenciada por linguagens até então consideradas avantgarde (sobretudo os movimentos artísticos ligados à Pop Art ou que tentavam romper com a moral estabelecida) e por outro aumentava a dose de sexo e violência de forma a conseguir vender mais entradas. Basta pensar que o cinema independente do final dos anos 60 já não estava ligado aos gêneros que marcaram o cinema B até aos 50´s (o Noir e policial, o terror e o Sci-fi), mas usava alguns formatos mais experimentais que depois foram consolidados durante os anos 70 (o cinema de detetives e gangs violentos, o sleaze e soft-core, o cinema com serial killers etc...). Astro Zombies é a ponte para estas diferentes eras, apresentando ainda as figuras do cientista louco com o indispensável assistente corcunda, as explicações de ciência de brachola, o sleaze inocente e de contornos 'exóticos' e os Astromen (os produtos das experiências do tal cientista) como figuras basilares desse glorioso cinema feito até ao início dos anos 60, mas também apresenta estruturas narrativas usadas depois em gêneros policiais e aos slasher movies (algumas das cenas lembram o posterior Halloween de Carpenter), adicionando a presença dos perigosos mafiosos e um grupo terrorista (adicionando a subversão contextual típica de alguns subgêneros como o Blaxploitation). E se tudo aqui parece de plástico, se as volumosas cientistas parecem highschool dropouts, o argumento é tão linear que se torna confuso através de uma estranha montagem; e o sangue é visivelmente tinta vermelha, tal se deve ao espírito low budget deste(s) gênero(s), mais preocupados em contar uma história cheia de referências inerentes a certos desejos humanos (Freud explicaria isso com certeza) de forma a dar uma hora e meia de divertimento aos seus espectadores. Esta é uma das obras mais conhecidas dos apreciadores dos B Movies ou fans de Tura Satana (aqui já uma figura relevante no panteão do B devido a Faster Pussycat, Kill! Kill!) mas também uma das obras importantes para aqueles que gostam de viver através do cinema os aglomerados de cultura pop presentes neste formato e as suas inevitáveis mudanças através das décadas de cinema realmente independente e despreocupado com a crítica e as convenções culturais.

Saturday, January 13, 2007

ELLEN VON UNWERTH



Comparada a Helmut Newton, mas dotada de uma visão erótica procedente do mesmo olhar de Bettina Rheims e Diane Arbus, ou seja um retrô doentio feito de um preto e branco granulado e distante. Seu livro, 'Revenge', é um dos mais cool dos recentes lançamentos gringos.

SPLOSH MAGAZINE



Quando o sexo é tão pueril e tão fetichista quanto uma guerra de tortas de creme.

Friday, January 12, 2007

CINEMA UNDERGROUND VOL 1


A distribuidora Magnus Opus finalmente lança no Brasil a compilação CINEMA UNDERGROUND VOL. 1, contendo trabalhos de artistas como Andy Warhol, Derek Jarman e Willian Burroughs. O destaque vai para o registro visual de uma apresentação dos Velvet Underground, ainda com Nico dividindo o microfone com Lou Reed. Obras visuais raras, inclusive fora do Brasil, como os curtas em super 8 do escritor beat Burroughs, nos quais o realizador adapta sua técnica literária cut-up para o mundo das imagens.

REPULSION

O clássico Repulsion (1965) conta com a participação de Catherine Deneuve como Carole, uma tímida e sexualmente reprimida garota belga que vive em Londres com a sua irmã (Yvonne Furneaux) e trabalha num salão de beleza. Quando a sua irmã se ausenta com o namorado para umas férias, Carole é deixada sozinha no apartamento de ambas. Paralisada com medo, evita sair de casa para o emprego e fecha-se no apartamento, onde rapidamente percorre um caminho que a levará à loucura e ao homicídio. Repulsion pertence a uma trilogia que muitos gostam de chamar de “The Apartment Trilogy”, que inclui, para além deste filme, Rosemary’s Baby (1968) e Le Locataire (1976). Ao vermos qualquer um destes filmes torna-se óbvio o título atribuído a esta espécie de trilogia solta. Todos eles têm como temas principais a solidão, o isolamento, a reclusão e a loucura. Têm também um outro “ator principal”, o apartamento numa grande cidade, onde o personagem se isola, dando origem a uma solidão que se pode entender como um “solitário com muita gente”. Estes temas, tornados recorrentes nos filmes de Polanski, encontram em Repulsion a sua representação mais séria, não procurando refúgio em temáticas sobrenaturais ou humor negro. No centro da narrativa, a reclusão de uma personagem, Carol. Esta reclusão, para além de afetar a narrativa, influencia toda uma estética visual. Quando Carol, que sofre claramente de problemas mentais ou psicológicos, cai numa espiral descendente de loucura, é através dos seus olhos que observamos o mundo, o seu mundo.Quando vemos Repulsion é inevitável não pensarmos no Expressionismo Alemão. Filmes como “O Gabinete do Dr. Caligari” (1920) de Wiene ou “Nosferatu” (1922) de Murnau, são sem dúvida pontos-chave para estabelecermos uma relação e comparação. Totalmente afastado da estética mais teatral do Caligarismo, Repulsion não o recusa quando se trata de caracterizar a deformação do espaço, que através dos olhos da personagem sofre as mais diversas mutações/alterações que ilustram os conflitos internos dessa mesma personagem. O mesmo se passa com o uso do contraste entre a luz e a trevas, neste caso, entre a sanidade e a loucura. Tal como nos primeiros filmes expressionistas, que não eram sonoros e onde os atores se valiam das suas expressões faciais para demonstrarem o que se passava no seu intimo, Repulsion não se refugia nos diálogos para ilustrar o que vai na mente da personagem. Serve-se sim de um silêncio e de uma timidez que, refletidos na face de Catherine Deneuve, se tornam completamente incomodos e aterradores.Com o decorrer da película é fácil encontrar elementos que se podem associar ao Expressionismo, sejam os grandes planos do rosto da personagem, as rachas das paredes do apartamento que aumentam cada vez que o pânico assalta a personagem, o aspecto orgânico, semelhante a barro, dessas mesmas paredes que retêm em si as marcas do rosto e das mãos de Carol quando esta se encosta a elas, ou até mesmo as mãos que brotam das paredes de um corredor e se esticam para tocar/agarrar a personagem.O que poderia parecer um simples filme de horror, revela-se muito mais do que isso. Filmado de uma forma fria e analítica, jogando com influências dos mais diversos quadrantes, Repulsion torna-se um estudo clínico sobre a loucura humana, permitindo ao espectador mergulhar na mente da personagem principal sem que a qualquer momento sinta compaixão pela sua desgraça ou a censure pelos seus atos.Se são claras as correntes que influenciaram Roman Polanski na realização deste filme, é também clara toda a sua genialidade, ao criar uma história que ainda hoje se revela perturbadora e que abriu muitas portas para um género de cinema que se tornou cada vez mais extremo.

VAMPYROS LESBOS


Por pertencer a vertente marginal do gênero em sua época, merece ser aclamado o lançamento no Brasil - via Continental home vídeo - de Vampyros Lesbos, a opus magna do infame avatar do deboche dionisíaco, o espanhol Jess Franco. Esta inebriante bad trip psicodélica, embalada por um lirismo homoerótico de aguda frieza, situa-se algures entre os devaneios precoces de Buñuel em "le age d'or", com o sexploitation de Andrei Bianchi, as lisérgicas trips da AIP, sob o comando de Roger Corman e o olhar arguto de Samuel Arkoff, e o gosto do rigor mortis sempre presente nos momentos "gore" do eurohorror.O filme retrata a profunda lassidão no encontro lésbico de uma vampira que odeia homens e ama todas as mulheres (a mítica Soledad Miranda) e uma advogada reprimida (Ewa Strömberg) pelos meandros do sexo estilizado e dos devaneios pessoais do diretor Jess Franco, cujo equilíbrio delicado - entre a genialidade e a total falta de recursos materiais, - valoriza, em tom iconoclasta, a volúpia da carne dos seus personagens e a beleza de suas mulheres. Citações de Sheridan le Fanu e uma ambivalência onírica casam perfeitamente com o erotismo subjacente da história e valoriza o estilo etéreo de Franco, que trilha uma linha bastante tênue entre um trabalho de visionário voyeurismo e uma viagem de ácido de execução amadora e assumidamente lowbudget.A desconexão narrativa proposital não permite uma impressão completamente certa do que é ou não realidade dentro da história, e este é um desafio que muito provavelmente o diretor não idealizara para a sua platéia. O aspecto intrinsecamente surreal e a sensação de desnorteamento vêm em sua maior parte da edição difícil, um reflexo indireto dos parcos recursos de produção do filme.

RICHARD KERN E O CINEMA DA TRANSGRESSÃO


Richard Kern é famoso por saber incorporar todos os elementos de imagens-fetiche em suas fotografias. Cores saturadas e iluminação brilhante acentuam o nu de seus modelos, que fazem o estilo bonitas mas não perfeitas, frágeis mas não fáceis.
Todas as sociedades produziram imagens e se representaram por meio de ritos e espetáculos, mas nunca se havia experimentado a intensificação da produção e desenvolvimento de técnicas capazes de alterar radicalmente a forma como lidamos com os objetos e acontecimentos do presente. Este compêndio de 16 curtas rodados em 8mm, oriundos do movimento de cinema transgressor , do qual também participou o cineasta Nick Zedd, analisa os traços principais de uma sociedade dominada pelas imagens e fascinada pelo espetáculo, mesmo que este espetáculo seja o corolário da violência e do sexo hardcore. De estrutura narrativa quase experimental, trata-se de filmes de alto impacto na ousadia de conteúdo e forma, orientado pelos ares da então conhecida 'no wave' novaiorquina do final dos anos 1970. O cinema da transgressão, além da violência extrema - aparentemente gratuita - e o sexo em suas formas mais chocantes, traz também algumas características culturais do pós-punk como ponto de partida; são a atmosfera sonora etérea, algumas vezes criando uma ambientação desértica e angustiante, e a interpretação introspectiva do sombrio, o existencialismo e o delírio a partir da ótica metropolitana, ou em alguns casos de pontos de vista surreais-metafísicos, quase uma ironia macabra. De modo geral, é interpretado como uma absorção da ética do it yourself e do caráter visceral do punk, e ao mesmo tempo como uma negação dos novos rumos que este come

X RATED: ADULT POSTERS OF 60´S & 70´S



Alguns títulos são subgêneros grosseiros que pouco ou nada devem ao olhar cinéfilo. Mas seus cartazes são de um primor gráfico absolutamente delirante. O livro Film Posters - Exploitation, além de trazer belíssimos cartazes originais cobrindo variados títulos do cinema exploitation e schlock, apresenta a ficha técnica, composição e o processo de criação destes promos artísticos. Film Posters - Exploitation está à venda na 2001 Video - .

Thursday, January 11, 2007

HERSCHELL GORDON LEWIS COLLECTION


Caixa com 06 DVDs lançados pela Something Weird. Vale pela obscuridade de alguns títulos, como o homônimo e também The Gruesome Twosome. Por uns R$ 70 + postagem vocês compra na Amazon.com