Ontem revi "Damnation", do já mítico, mas ainda bem vivo, autor húngaro
Béla Tarr. Béla Tarr é um dos gigantes do cinema mundial. Filma a preto e branco porque as cores dão uma trabalheira "danada". As personagens são "cães vadios" acossados por uma fome, um vazio, um silêncio que não se explica. Vagueiam por uma europa de leste em escombros, reflexo da desolação interior que os consom sem piedade... nós assistimos a tudo sem esperança alguma... corpos vazios cantam-se abraçando-se em bailes de sombras... não há redenção alguma, talvez só lampejos, aqui e ali, de uma normalidade impossível. Ao contrário do que possam ler, não pensem em
Tarkovsky. A desolação aqui é absoluta: humana, plástica, cósmica... Segundo palavras do próprio
Béla Tarr, "a única esperança é que se vejam os meus filmes". Eu arrisco-me a dizer um pouco mais: a única esperança é perceber que eventualmente pode não haver esperança alguma.
Labels: Bela Tarr, Damnation
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