Wednesday, February 07, 2007

HOLLYWOOD BABYLON


Embora já conhecido nos círculos do cinema avantgarde devido a Fireworks, Keneth Anger conheceu a sua primeira onda de fama mainstream ao publicar, em 1958, durante a sua estadia em Paris a convite de Jean Cocteau, o célebre e maldito Hollywood Babylon, um compêndio venenoso sobre escândalos privados de algumas das estrelas de Hollywood, muitas delas superstars mundiais ainda hoje conhecidas (e vivas), o que lhe valeu a proibição da publicação deste curioso livro até 1974 nos EUA. Passadas várias décadas, e como se algumas das curiosas histórias das estrelas tivessem ficado por contar, Anger publicou outro tomo (Hollywood Babylon 2, em 1984), completando os seus relatos sobre aberrações sexuais, abuso extremo de substâncias tóxicas, sede de poder e destruição pessoal, sempre num tom oscilando entre o jocoso e o ternamente elogioso. Ambos os livros estão recheados de pormenores de vidas privadas quer de personagens mundialmente conhecidas, quer de pobres coitados que nunca conseguiram sequer os seus 15 minutos de fama, tornando esta escolha 'democrática' um relato completo da complexidade e estranheza da psicologia humana sob a influencia da eterna busca pela fama. Por entre os seus artigos sobre suicidio, depressão, alegrias supérfluas, glória temporal e excessos corporais 'babilônicos', Anger vai contado a 'outra' história de Hollywood, aquela que não figura nos anais da história de Tinseltown, com detalhes de fabulosas narrativas, muitas vezes pequenos episódios aparentemente sem significado, que modificaram completamente toda a face da cidade.